Escola

A Escola Tânger

Uma vez com o seu 3º Dan e Certificado como Instrutor, Pedro Tânger já podia abrir a sua escola. Isto era, antes de mais, um sonho tornado realidade. Porém, assumir uma escola significa, também, uma responsabilidade acrescida. O primeiro dilema que surgiu foi, desde logo, qual o nome que a escola iria tomar? O Instrutor Pedro Tânger deparou-se com uma dúvida fundamental: daria à escola de que é responsável o seu próprio nome ou um nome simbólico? A primeira hipótese poderia parecer algo egocêntrico e redutor para os Instrutores da escola. A segunda poderia impedir o crescimento autónomo dos Instrutores que viessem a querer abrir as suas escolas. Após muita ponderação, umas idas à embaixada da Coreia em Lisboa, a consulta de alguns Mestres, Professores, Instrutores e, sobretudo, os seus alunos, Pedro Tânger optou por dar o nome da escola o nome “Songahm Taekwondo Academy Tânger”.

E fê-lo por diversas razões. Primeiro porque os nomes simbólicos, tais como “força interior”, “lealdade eterna”, etc., são vistos com alguma estranheza na cultura coreana. Segundo, porque na cultura coreana, as escolas têm sempre o nome dos seus Instrutores responsáveis. Terceiro porque a esmagadora maioria dos alunos revia-se no nome Tanger pois acreditavam que ser o nome que melhor marca o espírito tão distinto desta escola. O nome Tânger deve ser visto como uma marca independente e não como o nome do Instrutor Responsável. Desta forma, os Instrutores que pretenderem manter-se na Escola ainda que na condição de Instrutores com graduação suficiente para abrir as suas próprias escolas, poderão fazê-lo sem, com isso, abdicar da sua autonomia e genuinidade. Da mesma, forma, possibilita os Instrutores que pretenderem abrir as suas escolas, quando elegíveis para tal, a sentirem que estão a criar o seu próprio caminho sem que se sintam a “abandonar” a sua escola original.

Nesta altura, os Instrutores Francisco Amaral e Pedro Tânger ainda pensavam em continuar com uma escola conjunta. Note-se a curiosa referência ao nome da escola que…não existia! (“já tínhamos nome”, ou seja, vamos arranjar um nome?) XX Após a ordem de José Pedro Reyes em querer que os dois abrissem cada um a sua escola, Pedro Tânger pediu ajuda a um aluno seu para desenvolver um símbolo para a escola. XX Foi então que Francisco Serra e Melo, Director de Arte na Ogilvy e, actualmente, cinto azul, desenvolveu o símbolo que agora todos conhecem.

Num design extremamente inteligente, nasceu uma imagem carregada de simbolismo. As cores de dourado e preto representam o cinto preto: o primeiro grande objectivo de qualquer aluno e o primeiro grande dia na evolução interior. O fundo preto representa a árvore, símbolo predominante no Taekwondo Songahm. O Dourado, à volta, representa a união e o Tchun bi (posição de preparação) – o círculo não fecha para deixar o espaço suficiente para a absorção de nova aprendizagem. O fio dourado representa o equilíbrio eterno entre o Yin e o Yang. Representa, também, a bandeira da Coreia. Os caracteres a dourado significam Tae Kwon e Do. Foram separados intencionalmente. Do lado direito (esquerdo, vendo de frente) estão Tae e Kwon que significam esmagar com as pés e com as mãos. Este (direito) é o lado do controlo e da força pelo que contém a parte marcial do treino. Do lado esquerdo está Do, ou seja, a “via” ou o “caminho”, representado assim a sensibilidade e a vertente interior, isto é, a Arte dentro desta prática. O nome da escola é em inglês para juntar os alunos portugueses e holandeses sem qualquer discriminação.

A Escola Reyes e o Ramo Amaral Tânger

Após este período de um ano, Pedro Tânger retornou a Portugal para retomar a sua actividade enquanto Instrutor, desta vez, assumindo as aulas do Dramático de Cascais. Pouco tempo após a sua vinda, e por ser ainda um Instrutor em treino, Pedro Tânger juntou-se com o seu colega de treinos e de Instrução, Francisco Amaral, e formaram um ramo da Escola Reyes. Na realidade, sendo ambos Instrutores formados pelo Professor José Pedro Reyes (4º Dan), não poderiam ainda assumir escolas independentes.

Após alguns anos de formação, de 2004 a finais de 2007, Pedro Tânger e Francisco Amaral assumiram o nome da escola Reyes. Foi após a ida à Suécia, ao Campo Europeu 2007, que, ao terem sido Certificados pelo Mestre Rick Abair (7º Dan) que estes Instrutores foram autorizados por José Pedro Reyes a abrirem as suas próprias escolas.